A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é a endocrinopatia mais comum entre as mulheres, decorrente de uma série de alterações hormonais. Caracteriza-se por apresentar irregularidade menstrual ou ausência de menstruação (e ovulação), excesso de acne, pelos, alopecia (ou excesso de hormônios masculinos no sangue), presença de policistos nos ovários (visualizado pela ultrassonografia).
Estima-se uma frequência grande da síndrome dos ovários policísticos na população feminina?
Sim, a prevalência é estimada em 4-8% na população adulta. A frequência varia, contudo, conforme o critério diagnóstico que é utilizado.
Quais são as alterações hormonais que causam a síndrome dos ovários policísticos?
Uma das alterações é o excesso da produção do hormônio masculino (testosterona, androstenediona), resultando em acne, queda de cabelos (alopecia), aumento de pelos, resistência à ação da insulina, irregularidade menstrual (ou ciclos não ovulatórios), entre outros. É importante ressaltar que deve ser sempre um diagnóstico de exclusão, ou seja, o ginecologista ou endocrinologista só deve estabelecer o diagnóstico após descartar outras causas.
Existe a associação entre ovários policísticos e obesidade?
Sim. Com o quadro de resistência insulínica, há uma maior tendência para ganho de peso e dificuldade para emagrecer.
Mas mulheres magras também podem ter síndrome dos ovários policísticos?
Embora seja mais comum em pacientes acima do peso, mulheres magras também podem ter síndrome dos ovários policísticos.
Qual crítica é feita com relação ao nome da síndrome?
Os endocrinologistas criticam muito o nome, pois, para o diagnóstico, não é necessário ter obrigatoriamente a aparência policística ao USG. Além disso, somente a presença da alteração no USG, sem os outros achados, não fecha o diagnóstico.
Como é feito o diagnóstico da síndrome de ovários policísticos?
É feito através de uma combinação de achados. Não há consenso absoluto, mas, de uma forma geral, seria (presença de 2 critérios no mínimo):
- Irregularidade menstrual ou amenorreia (ou ausência de ovulação);
- Alterações clínicas de excesso do hormônio masculino (acne, excesso de pelos ou queda excessiva de cabelos – alopecia padrão masculino) ou excesso do hormônio masculino no sangue;
- Presença de ovários policísticos ao exame ultrassonográfico.
Como diagnosticar a síndrome dos ovários policísticos na adolescência?
O diagnóstico da síndrome dos ovários policísticos na adolescência é muito controverso. Isto porque é uma fase que, normalmente, ocorrem todas as alterações típicas da síndrome (irregularidade menstrual, anovulação, acne, além da morfologia policística no USG em cerca de 41% das meninas). Alguns autores defendem que o diagnóstico não seja feito até os 18 anos de idade ou pelo menos antes de 2 anos após a menarca (primeira menstruação).
Que tipo de tratamento deve ser indicado para a síndrome dos ovários policísticos?
O tratamento engloba desde o uso de anticoncepcionais orais, antiandrogênios (medicações contra hormônio masculino), sensibilizadores insulina (como metformina) ou até mesmo indutores ovulatórios para as mulheres que desejam engravidar. De uma forma geral, o emagrecimento auxilia muito neste processo, mas há uma dificuldade maior de perda de peso nas mulheres portadoras da síndrome.