Reposição hormonal

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A reposição ajuda a melhorar a vida sexual das mulheres que estão nessa fase da vida?

Sim, a queda do estrogênio (hormônio feminino) leva à diminuição da libido e ao ressecamento vaginal. A reposição minimiza muito estes sintomas.

Homens também podem fazer reposição hormonal?

Sim. Os homens apresentam a “andropausa”, que seria o equivalente para a menopausa na mulher. Como os sintomas não são tão importantes (às vezes apenas um cansaço, fadiga e indisposição), muitas vezes levam-se anos para diagnosticar e tratar corretamente.

No caso deles, quais os riscos e benefícios?

Assim como nas mulheres, há riscos e benefícios devendo-se avaliar cada caso individualmente. Os homens com queda da taxa da testosterona (hormônio masculino) que iniciamos a reposição apresentam melhora do estado geral, disposição e libido. Além disto, sabemos que os níveis muito baixos de andrógenos aumentam o risco de complicação cardíaca (infarto, por exemplo). Dentre os riscos, destacam-se principalmente o aumento da próstata, devendo-se monitorizar com exames regularmente.

Porque alguns médicos ainda são contra a reposição hormonal?

No passado, criou-se o conceito de que a reposição hormonal seria “fonte da juventude”, com uso muito indiscriminado. Foram feitos alguns estudos, dentre eles o WHI (Women’s Health Initiative) e outro que se chamou HERS, que demonstraram alguns riscos da reposição hormonal, como aumento de eventos tromboembólicos (risco de infarto e derrame), além do câncer de mama. Após estes estudos, criou-se certo “pânico” de que a reposição hormonal seria maléfica. Porém, estes estudos utilizaram mulheres fora da faixa etária que normalmente indicamos a reposição hormonal (tinham pacientes com mais de 10 anos após a menopausa), com doses muito elevadas de um tipo de estrogênio oral que não utilizamos mais atualmente. Portanto, a indicação da reposição hormonal precisa ser analisada com critério.

Com relação aos homens, não há qualquer evidência de que a reposição de testosterona induza câncer de próstata. O que sabemos é que homens que tenham uma neoplasia (câncer) em estágio inicial têm total contraindicação à reposição.

Qual a relação entre a reposição e o câncer?

Tanto os cânceres de mama como os de próstata possuem “receptores” para hormônios (ou seja, os hormônios conseguem estimular o crescimento das células). Mas as evidências científicas até hoje mostram que não são capazes de gerar (estimular) câncer em células normais.

Existem efeitos colaterais ou indesejados?

Sim. Na reposição hormonal feminina pode ocorrer aumento do endométrio (efeito minimizado com uso da progesterona), aumento de triglicérides (apenas com a via oral de estrógeno), algumas formas de progesterona podem reter mais líquido e aumentar a pressão arterial. Por isto, sempre o tratamento deve ser indicado e acompanhado por especialista da área. Já na reposição hormonal masculina pode ocorrer aumento do volume da próstata e piora da apneia do sono quando o homem já apresenta este quadro previamente.

Como é feita a reposição hormonal?

É individualizada a cada caso. Para as mulheres, normalmente, fazemos uma combinação de estrógeno (via oral ou cutânea, em adesivo ou gel) e progesterona (para aquelas mulheres com útero). Em alguns casos também temos que administrar doses baixas de hormônio masculino. Para as que possuem contraindicação à reposição clássica, mas que possuem muitos sintomas há outras medicações que atuam minimizando os sintomas.

Para os homens, a reposição é feita com o hormônio masculino (testosterona), que pode ser sob a forma cutânea ou injetável.

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Autor do conteúdo

Drª Claudia Chang

CRM SP - 110155

Graduação em Medicina UFJF/MG
Residência em Endocrinologia UNESP
Membro Sociedade Bras. Endocrinologia(SBEM)
Doutorado(PhD)pela USP
Membro da Endocrine Society
Profª. e coordenadora da Endocrinologia ISMD

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