Obesidade: causas e tratamento

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Quais seriam as maiores causas da obesidade?

Sem sombra de dúvida, o sedentarismo e a alimentação inadequada seriam os pilares centrais para o crescente número de obesos em todo mundo.

E o fator genético, até que ponto ele influencia?

Embora o fator ambiental seja o predominante, o fator genético também influencia o peso na balança. Existe uma teoria, chamada “teoria do gene econômico”, que pontua o seguinte: pelo fato de nossos ancestrais não terem disponibilidade de alimento naquela época, aqueles que tinham maior possibilidade de “estocar” energia foram selecionados e isto foi passando através do tempo.

Quais seriam outras causas da obesidade, algumas ainda com certo grau de controvérsia?

Nos últimos anos, vários pesquisadores têm tentado provar outras causas que também levariam ao ganho de peso, além dos já tradicionais. O conceito de obesogens (substâncias obesogênicas) de Bruce Blumberg. Dentre elas, destacariam-se:

a) Disruptores endócrinos: seriam “impostores”, moléculas que “imitariam” hormônios e teriam ação de ganho de peso.

b) Privação do sono: sabe-se que a cada hora de sono a menos, aumenta-se a chance de obesidade.

c) Diferenças na flora intestinal: o obeso teria a colonização de bactérias diferentes das pessoas com IMC normal.

d) Exposição excessiva ao ar condicionado: acredita-se que a manutenção de uma mesma temperatura levaria a um menor gasto de energia.

É “fácil” tratar a obesidade?

Absolutamente não. A mudança de hábitos é difícil e requer muita determinação, fazendo com que os pacientes passem por muitas fases durante o tratamento.

Quais seriam os “erros” mais comuns no tratamento da obesidade?

Alguns posicionamentos e expectativas podem atrapalhar muito a resposta ao tratamento. Entre eles, destacam-se:

  • Expectativa acima do ideal: aqueles pacientes que querem emagrecer 30-40 Kg…mas não enxergam que tem-se começar pelo 1º;
  • Resposta rápida: aqueles pacientes que querem emagrecer tudo o que ganharam durante anos, num piscar de olhos;
  • Postura sacrifício x prazer: relacionar alimentos de “regime” a sacrifício, e os calóricos ao “prazer” gera um mecanismo inconsciente de “repulsa” e “punição”, na primeira oportunidade, abandona-se a reestruturação;
  • Falta de compreensão de que o corpo muda… aqueles indivíduos que querem ter o peso da adolescência ou de 20-30 anos atrás… o corpo muda, o metabolismo e a composição corporal também.

Quais as opções atuais de tratamento para obesidade?

Atualmente, temos poucas opções disponíveis. Dentre elas, destacam-se a sibutramina (apesar de toda polêmica, ainda pode ser utilizada no Brasil) e o orlistate. Há opções de outras medicações que, embora não tenham sido criadas para a perda de peso, auxiliam muito neste processo, como fluoxetina, sertralina, bupropiona, topiramato, entre outros. Recentemente foi aprovada a volta da classe dos anfetaminicos.

Com os números crescentes de obesidade e pelas consequências decorrentes, várias medicações têm sido desenvolvidas com o intuito de aumentar o tratamento disponível.

Dentre elas, destacam-se (algumas ainda em fase de estudos):

  • Lorcaserina (nome comercial Belviq®);
  • Fentermina + topiramato (nome comercial Qsymia®)
  • Liraglutide (Victoza®)
  • Tesofensina
  • Cetilistate
  • Bupropiona + naltrexone (Contrave®)
  • Bupropiona + zonisamida

Embora existam várias medicações que deverão entrar no arsenal para o combate da obesidade, seria importante destacar três aspectos:

  • O centro do tratamento sempre deverá ser a mudança de estilo de vida e a medicação, apenas um auxílio neste processo;
  • Todas as medicações apresentam efeitos colaterais e a indicação deverá seguir critérios de risco x benefício;
  • O uso de toda e qualquer medicação deverá ser feita, indicada e monitorizada por endocrinologista.

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Autor do conteúdo

Drª Claudia Chang

CRM SP - 110155

Graduação em Medicina UFJF/MG
Residência em Endocrinologia UNESP
Membro Sociedade Bras. Endocrinologia(SBEM)
Doutorado(PhD)pela USP
Membro da Endocrine Society
Profª. e coordenadora da Endocrinologia ISMD

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