Imagine dois indivíduos com mesmo peso, mesma altura, mesma idade. Apesar de terem o mesmo Índice de massa corporal (IMC), possuem composições corporais completamente diferentes.
Nos últimos anos, os endocrinologistas têm usado técnicas de composição corporal para ter uma análise mais específica da “qualidade” do peso corporal e não só o “valor” do peso e a quantidade.
O que é IMC?
O IMC é um índice clínico que consiste em uma fórmula peso/altura ao quadrado. Desde 1997 que a OMS (Organização Mundial da Saúde) preconizou o uso do índice para “classificação”: baixo peso (pessoas com IMC<18,5), peso “normal” (IMC 18,5-<25), sobrepeso (IMC 25-<30) e obesidade (IMC>30, com graus crescentes).
Quais as “falhas” do IMC?
Embora o IMC seja um índice amplamente usado e aceito, apresenta falhas quanto à análise individual. Não há diferença com relação ao sexo (sabemos que homens tendem a ter maior quantidade de massa magra, portanto, pesam mais) sendo um índice “estático”.
Quanto menor o IMC, melhor?
Não. Sabemos que o baixo peso (a princípio, IMC<18,5, mas temos tido várias discussões recentes, baseadas em estudos clínicos, se este número de corte não seria maior) também aumenta risco de mortalidade.
As categorias do IMC são amplamente aceitas?
Não. Há muita polêmica quanto ao limite inferior (baixo peso) e entre peso normal X sobrepeso. Este último ocorre particularmente em homens. Pode-se ter um indivíduo com “sobrepeso” mas que quando analisada a composição corporal, há uma grande quantidade de massa muscular e pouca quantidade de gordura. Isto é ótimo e não há necessidade de intervenção para redução do valor do peso.
Quais seriam então os métodos de análise de composição corporal?
Existem vários e é importante ressaltar que cada um deles tem suas vantagens e desvantagens. De uma forma geral, um dos métodos mais usados na rotina atualmente é a bioimpedância.
Qual o método de composição corporal mais amplamente utilizado?
De uma forma geral, usamos muito a bioimpedância. Consiste na “passagem de corrente elétrica”, em que os diversos tecidos apresentam resistências diferentes (quanto maior a quantidade de água de um tecido, menor a resistência, como por exemplo, o músculo).
Existem diferenças nos aparelhos de bioimpedância?
Sim. Depende principalmente de quantos canais o aparelho apresenta. O ideal seria o aparelho com oito canais, pois permite uma análise segmentar da distribuição (quanto tem de músculo e gordura em cada parte do corpo, membros e tronco).
Existe alguma contraindicação para se fazer o exame?
Sim. Não deve ser feito em mulheres grávidas e em portadores de marca-passos.
Existe algum preparo para se fazer a bioimpedância?
Sim. Existe todo um preparo que influencia muito no resultado do exame:
- Hidratar-se bem na véspera e no dia do exame. Se possível com isotônicos e água de coco;
- Mulheres devem fazer fora do ciclo menstrual;
- Jejum de 4 horas antes do exame;
- Urinar 30 minutos antes;
- Não fazer atividade física 12 horas antes do exame;
- Evitar cafeína e chocolate;
- Pacientes em uso de diurético, se possível, suspender a medicação (ideal sete dias antes).